terça-feira, 5 de abril de 2011

Fundamentos para educação na diversidade.

Há 50 anos, tudo que representava o novo, o diferente, era do mal, a humanidade se caracterizava pela homogeneidade, pois aquilo que saia dos padrões de imagens, comportamento, expressões culturais, era diferente, estranho, reprovável, surgindo então o preconceito.
         Já na segunda metade do século XX, estamos mais informados e “ligados” na extensa pluralidade de pensamentos e expressões. Aquela educação centrada somente na “identidade” é algo sem sentido, pois no mundo em que estamos o nosso próximo é, muitas vezes, diferentes de nós.
         E a educação de valores, na cultura da diversidade, é bem mais complexa do que aquela educação fundada numa visão homogênea do mundo. A educação na diversidade valoriza uma relação respeitosa e solidária entre as pessoas, onde busca o exercício da convivência com as diferenças, ou seja, o ensino e a aprendizagem dão-se junto aos alunos, buscando conviver com as pessoas, independente das diferenças físicas, sociais e culturais, onde a prioridade é o respeito entre todos, ensinando conceitos como: tolerância, preconceito, diversidade, desigualdade, liberdade, cidadania, etc.
         É preciso que o educador esteja atento para trabalhar com os valores relacionados com diversidade e igualdade, então ele deverá distinguir a ideia de pessoa diferente, daquela tratada como desigual.
         As pessoas são livres, portanto devem seguir a lei do “bom senso”, que é não prejudicar o outro naquilo que não se quer também ser prejudicado (devemos praticar o bem para receber o bem).        
        Para ensinar cidadania na escola, não devemos dizer que ela está associada somente aos direitos e deveres do indivíduo, onde os alunos são lembrados que para exercer sua cidadania não pode sujar a escola, tem que ter disciplina, deve participar das atividades cívicas, etc. Cidadania é muito mais que direitos e deveres, ser cidadão é reivindicar o cumprimento das leis por parte dos governantes, é cumprir com as obrigações civis, participar da vida da cidade, escolher seus dirigentes, participar das discussões sobre organização da cidade, etc.
         Desde cedo a criança precisa ser estimulada a pensar no coletivo, da classe, da escola e ser estimulada a ter experiências de respeito às diferenças e da igualdade entre as pessoas. A educação tem como objetivo proporcionar construir uma sociedade que proporcione vida digna para todos, predominando a paz em nossas vidas. A violência física, psíquica e social, alimenta a discriminação, o preconceito e as desigualdades sócias e econômicas. A falta de condições dignas gera a violência física, roubo, homicídios, invasão de propriedade, etc. Mas devemos estar atentos às causas dessa violência, que muitas vezes, acontecem pela péssima condição de vida, causadas pela desigualdade social, falta de emprego, difícil acesso aos serviços de saúde e educação, fome, falta de moradia, pobreza e miséria. A grande vilã que gera a violência é a má distribuição de renda, onde o muito se concentra nas mãos de poucos, criando assim, as desigualdades sócio-econômicas.
         Apesar de todas as dificuldades existentes, independente das condições financeiras e estilo de vida, devemos praticar a paz (ter, oferecer e receber ações que geram a paz), buscando uma vida serena e feliz, pensando na paz e felicidade individual e coletiva, para buscar o ideal de uma vida melhor para todos.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Educação Especial

Educação para Todos é um compromisso assumido por nosso país no combate à exclusão de qualquer pessoa do sistema educacional. Para alcançar essa meta, é fundamental enfrentar o desafio de tornar a escola um espaço aberto à diversidade e adequado ao ensino de todo e qualquer aluno, incluindo aqueles com deficiência.
 Está baseada na necessidade de proporcionar a igualdade de oportunidades, mediante a diversificação dos serviços educacionais de modo a entender as diferenças individuais do aluno, por mais acentuada que seja. A inclusão não se limita apenas a integração no ensino regular, mas também na comunidade, na família e na sociedade em geral. É uma atitude de aceitação, de mudança, de transformação. Todas as crianças devem aprender juntas, independentemente de suas dificuldades e necessidade educacionais especiais, deve receber todo o apoio educacional e eficaz.

 

sexta-feira, 25 de março de 2011

“MEIO AMBIENTE. Responsabilidade de todos!”

Nos últimos anos, as questões ambientais têm adquirido uma grande importância em nossa sociedade. Devido às mudanças que o mundo vem sofrendo, aumentam-se cada vez mais as buscas para os problemas sociais.
         A educação ambiental surge no tempo atual como ferramenta para auxiliar o processo de educação geral do homem contemporâneo, para que ele possa compreender melhor a relação com seus semelhantes e com o meio ambiente de vida (Magalhães, 1992; CINEA, 1991).
         Preservar o meio ambiente é muito importante para que possamos ter um planeta saudável e rico em recursos naturais no futuro. Se todos fizerem um pouquinho, podemos contribuir para um mundo melhor. Essas atitudes iniciam-se em casa, onde bastam alguns cuidados básicos como:
● desligar a água enquanto faz a escovação, ensaboa pratos, copos, talheres e panelas.
● evitar banhos demorados.
● desligar as luzes ao sair de algum cômodo.
● utilizar o ar condicionado com moderação.
● dedicar dias da semana para lavar e passar roupas, evitando assim o uso vários consumos.
● separar os lixos corretamente para a coleta seletiva.

          Já nas escolas, a educação ambiental como prática educativa deve ser definida como sendo elemento integrado dos sistemas educativos de que dispõe a sociedade. Para tanto, deverá não só transmitir conhecimentos, mas também desenvolver habilidades e atitudes que permitam que os homens atuem efetivamente no processo de manutenção do equilíbrio ambiental, de modo a garantir uma qualidade de vida mais condizente com as necessidades. Segundo KRASILCHICK (1986), a educação ambiental não é a solução mágica para os problemas ambientais (...), é um processo contínuo de aprendizagem de conhecimento e exercício da cidadania, capacitando o indivíduo para uma visão crítica da realidade e uma atuação consciente no espaço social.



         Considerando a Educação Ambiental um processo contínuo e cíclico, o método utilizado pelo Programa de Educação Ambiental para desenvolver os projetos e os cursos  de capacitação de professores conjuga os princípios gerais básicos da Educação Ambiental (Smith, apud Sato, 1995).

Princípios gerais da Educação Ambiental:
●  Sensibilização: processo de alerta, é o primeiro passo para alcançar o pensamento sistêmico;
Compreensão: conhecimento dos componentes e dos mecanismos que regem os sistemas naturais;
●  Responsabilidade: reconhecimento do ser humano como principal protagonista;
●  Competência: capacidade de avaliar e agir efetivamente no sistema;
●  Cidadania: participar ativamente e resgatar direitos e promover uma nova ética capaz de conciliar o ambiente e a sociedade.


         A conscientização sobre a necessidade de conservação e defesa do meio ambiente para presentes e futuras gerações é incontestáveis e a importância de começar a educação ambiental na infância é inquestionável. Todas as escolas precisam elaborar projetos que mudem o comportamento de um maior número possível de estudantes e torná-los agentes da defesa do meio ambiente ecologicamente equilibrado e saudável. E a educação ambiental inserida nas atividades escolares, tornará foco principal de toda e qualquer atividade. O grande desafio é desafiar os alunos para despertar o desejo de aprender e consequentemente mudar alguns hábitos.
      

Eis aqui algumas sugestões de atividades para incrementar o cronograma de atividades:

Atividade 1 – Apresentação de palestra.
         Elaboração de uma palestra para que primeiramente os alunos se conscientizem dos problemas que há no meio ambiente e as sugestões que podem ser tomadas de imediato para o início de uma grande mudança.

Atividade 2 – Criação de uma mini-horta.
         Pedir para cada aluno trazer uma garrafa pela, orientá-los a cortar a garrafa deitada, de modo a não atingir nem o fundo, nem a boca da garrafa. Em seguida, fazer pequenos furos no fundo, colocar terra e plantar a sementinha ou mudas, depois é só cultivar com cuidado e carinho.

Atividade 3 – Usando a criatividade.
         Os alunos deverão ser divididos em grupos e na data combinada, apresentar objetos ou brinquedos confeccionados pelos mesmos com materiais recicláveis. No dia da apresentação poderá haver premiação para o grupo mais criativo e original.

Atividade 4 – A vida imita a arte.
         Os alunos deverão ser orientados a criarem uma peça teatral que tenha como foco principal o meio ambiente. Após os ensaios, deverão apresentar o teatral, a fim de conscientizarem os outros alunos que presenciam o momento.

         Através dessas atividades e outras, de acordo com a realidade de cada escola, o objetivo principal é promover a sensibilidade dos alunos e ampliar a toda população.
         Um trabalho de conscientização exige dedicação por ambas as partes (professores e alunos), mas os frutos a serem colhidos é o presente mais precioso que poderíamos ganhar “A PRESERVAÇÃO DO NOSSO MEIO AMBIENTE”.
Referências:



sábado, 19 de março de 2011

Valores e Educação.


        Ao falarmos em “valores e educação”, é bastante comum a lembrança de um ato de disciplina, uma data comemorativa, algo que marcou nossa vida. Na escola, valores e educação, resumiam-se como sermões, lição de repressão, atos educativos.
         Mas essa questão é vista de modo mais amplo pelo ser humano, que valoriza coisas, pessoas, ações ou situações como boas ou más. Estabelecendo um valor subjetivo à realidade. Esse valor subjetivo pode até contrariar o grande valor objetivo que é a vida, como aqueles que se sacrificam pelos outros, por uma crença...
         Na educação leva-se em conta que uma fala, um gesto, uma prática, um comportamento, tem um valor diante da vida e da sociedade. O relacionamento do professor e aluno transmite valores que, em muitas vezes, influenciam mais na formação das crianças, do que as palavras em defesa deste ou aquele valor.
         Os valores formam alicerce que ajudam a construir nossa vida, com mais coerência entre o pensar, o falar e o agir. Se o ser humano acredita na igualdade de direitos e oportunidades para todos, então praticará ações que buscam esse objetivo. A posição do professor é transmitir posicionamento diante da vida, expressando valores em suas atitudes.
         Valor é tudo aquilo que desejamos ou rejeitamos, toda ação humana tem valores explícitos ou ocultos. Para realização desses valores na vida cotidiana, a Educação em Direitos Humanos, tem papel fundamental no século XXI, que é contribui para construção de uma cultura de respeito à dignidade humana em todos os indivíduos e em todas as circunstâncias.
         Todos os homens possuem direitos que garantem sua dignidade, mas mesmo reconhecidos os direitos fundamentais do ser humano ainda não são uma realidade para grande parcela da humanidade. Em muitos países, a identidade social é marcada pelo racismo, xenofobia, desigualdades sócio-econômicas e outras formas de exclusão. Promessas de felicidade são fáceis de dizer, porém ainda não superamos sentimentos e atitudes de intolerância que prejudicam a dignidade humana de grupos, classes sociais e povos inteiros. Daí surge o tráfico de crianças, discriminação da mulher, escravidão dos povos africanos, racismo, intolerância aos povos indígenas, marginalização dos estrangeiros nos países desenvolvidos, terrorismo... Tudo isso é efeito das condições miseráveis de milhões de pessoas.
         A ideia de dignidade humana, expressa na declaração dos direitos do Homem e do Cidadão que a identidade do civilizado é construída juntamente com as noções de selvagem e bárbaro.
         O respeito ao outro e a solidariedade se justificava pelos laços afetivos de uma grande família unidade na luta pela sobrevivência. A primeira importante ampliação da ideia de identidade humana se deu na cultura grega. A noção de ser humano foi estendida no horizonte da própria racionalidade. O homem entendido como animal racional alcançava sua plenitude na atividade reflexiva, na participação da vida política, mas esse protótipo de ser humano excluía a mulher, os escravos e todos os estrangeiros que não pertenciam à cultura grega: os bárbaros.
         No século XX, a Declaração Universal dos Direitos Humanos procurou considerar a dignidade, levando em conta a diversidade dos indivíduos e dos grupos humanos.
         Entretanto, ainda está longe de se concretizar na prática o respeito à dignidade humana. O que se viu ao longo do século XX foram guerra, opressão e exclusão em forma de imperialismo.
         Hoje, com a globalização, temos consciência das grandes violações à dignidade humana, seja nas relações sociais, ou nas relações com a natureza danificada. Nessa crise global, surge a Educação em Direitos Humanos, com o propósito de contribuir para uma nova cultura histórica de respeito à dignidade humana e da vida em geral.
         Com a instalação definitiva da comunicação eletrônica (TV e computador), a diversidade das culturas, as desigualdades sociais e os problemas globais, que já existam na humanidade, estão cada vez mais expostos. O professor que trabalha com a Educação em Direitos Humanos deve pensar globalmente e agir localmente na escola, no seu bairro, na sua cidade...
         Boa parte da América Latina vive excluída do acesso à alimentação saudável, à educação, aos serviços de saúde e moradia e ao trabalho remunerado. Isso acaba inviabilizando, na pratica, a realização dos direitos à liberdade, segurança, e de respeito à diversidade e à individualidade.
         A proposta da Educação em Direitos Humanos são teorias educacionais que ajudam na formação da cidadania ativa individual e coletiva, capaz de organizar uma sociedade civil para transformação de uma sociedade democrática, igualitária e solidaria.
         Inicia-se essa educação pela autorreflexão do educador, questionando seus valores frente aos propósitos. Em todas as fases da vida o ser humano deve respeitado, como sujeito de direitos, podendo exercer sua cidadania ativa de participação nas atividades coletivas. Na escola, a criança poderá vivenciar, pela primeira vez, outra realidade social, nesse momento inicia-se o cultivo dos direitos humanos, estimulando a criança a perceber e valorizar a diversidade entre as pessoas em geral.
         Diante das atividades lúdicas, a criança pode identificar suas características físicas e as dos seus coleguinhas, com o objetivo de que eles são diferentes fisicamente. Então a criança desenvolve a percepção de variedades dos grupos sociais. A diversidade é a grande característica do mundo.
         A escola pode introduzir a criança na convivência social de respeito aos direitos humanos, através da liberdade e igualdade. È importante resgatar a solidariedade familiar e ampliá-la no ambiente escolar, visando fortalecer os laços de amizade e de afetividade entre os colegas de classe, buscando assim, um convívio onde todos se respeitam apesar das diversidades culturais.


O direito de aprender de todos e de cada um.


         Educação para todos significa, independentemente de etnia, sexo, idade, deficiência, condição social, ou qualquer outra situação significa também que cada um com sua singularidade, seja respeitado com equidade educativa, garantindo igualdade, quer no acesso, quer nos resultados.
         Mas não foi sempre assim, a sociedade recebia uma educação diferenciada de acordo com a classe social em que vivia. Havia até projetos para estender a educação a todos os cidadãos, mas prevaleciam as diferenças de ensino, ou seja, uma escola era para o povo, outra para a burguesia.
         No início do século XX, com o desenvolvimento da sociedade brasileira e sendo vergonha o analfabetismo, surge defensores da escola pública para todos, a fim de se alcançar uma sociedade igualitária e sem privilégios.
         A obrigatoriedade da educação passa a existir nas legislações, explicitadas na Constituição de 1988, artigo 205. O acesso a educação é o alicerce para realização dos outros direitos fundamentais, pois o individuo letrado tem melhores condições de realizar e defender os outros direitos humanos como: participação na vida política, combater as opressões, lutar pelas condições de vida, etc.
         Desde o processo de democratização da educação, confirma-se o paradoxo inclusão/exclusão, quando os sistemas de ensino universalizam o acesso permanecem excluindo indivíduos e grupos considerados fora dos padrões homogêneos da escola.
         Situações e preconceito ainda são encontrados na sociedade. A discriminação não atinge somente os povos afrodescendentes e os índios, mas afeta também os descendentes asiáticos, pessoas com deficiências, os homossexuais, as mulheres e outros grupos que não são respeitados como merecedores de direitos iguais.
         É importante considerar que, com relação à Educação Inclusiva, há avanços importantes, mas, seguramente, ainda estamos longe de alcançar a meta Educação para todos! O desafio adiante é imenso.
         É necessário que as escolas, transformem sua cultura institucional, suas políticas e suas praticas de forma que respondam verdadeiramente à diversidade. Educação de qualidade significa formar cidadãos éticos, capazes de construir conhecimento, ler e interpretar, o mundo e dirigir sobre a realidade, melhorando a própria vida e a da comunidade.
         O ser humano cada vez mais se torna individualista, a escola além de ensinar conceitos, precisa ensinar atitudes, valores, e a paz dever ser essencialmente uma meta a ser atingida. Considerando a paz como uma questão cultural, a escola possui papel fundamental na formação dos alunos, com valores, atitudes e comportamentos, daí a importância de se cultivar a Cultura da Paz, contra a Cultura da Violência.
         A Cultura da Paz pretende mobilizar as pessoas do mundo inteiro para buscar novas formas de convivência, baseadas na conciliação, na generosidade, na solidariedade, na justa distribuição dos recursos naturais e humanos, no livre fluxo de informações e compartilhamento de conhecimentos.