quarta-feira, 9 de março de 2011

Sujeitos e Saberes da Educação Indígena.


Uma pitada de informação.

         Antes da chegada dos colonizadores havia milhões de índios no continente Americano, mas o contato com o homem branco fez com que muitas tribos perdessem sua identidade cultural. As culturas de brancos e índios eram diferentes e pertenciam a mundos totalmente distintos.
         Os indígenas habitantes do Brasil viviam da caça, pesca, agricultura, domesticavam animais de pequeno porte, ou seja, possuíam uma relação baseada em regras sociais, políticas e religiosas próprias de cada tribo.
         Com a colonização houve uma violenta desorganização nas sociedades indígenas, interessados nas terras, os colonizadores usavam a violência, matavam, transmitiam doenças e achavam-se superiores aos indígenas, portanto, deveriam dominá-los e colocá-los ao seu serviço.
         Sua educação era baseada nos conhecimentos que os mais velhos possuíam, pois eram orientados a observar tudo que os adultos faziam e assim iriam treinando desde cedo e vinculando sua educação a realidade da vida da tribo indígena. Mas com a chegada dos jesuítas essa educação indígena foi interrompida, pois os jesuítas vieram com a intenção de catequizá-los ensinando sua religião, moral e costumes. Hoje o que mais vemos são índios falando a língua portuguesa, perdendo seus costumes, crenças, valores, assim como sua identidade.
         Os índios misturados à sociedade enfrentam preconceitos, desigualdades sociais, além do difícil acesso a educação e saúde. Também devido a essa dificuldade de acessos fez com que os índios se aproximassem mais da cultura do homem branco para obter mais conhecimentos, uma vez que, os brancos trouxeram também novas doenças, e sua ervas e remédios caseiros já não eram tão eficazes.
         Ao longo do tempo a educação indígena passou por diversas mãos, inicialmente pelos jesuítas que tinham como objetivo catequizá-los e domesticá-los segundo os costumes europeus. Logo, houve o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), que visava prestar assistência aos povos indígenas, mais tarde criou-se a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) comprometida em promover a educação básica do índio, proteger as comunidades indígenas e despertar o interesse da sociedade nacional pelos índios e suas causas, além de várias outras Organizações Não Governamentais que se propuseram a trabalhar em prol dos índios.
         Somente a partir de meados dos anos 70 que se iniciam no Brasil programas para a escola indígena que visa transformar essa escola. O Centro de Trabalho Indígena (CTI) com a proposta de que na educação indígena ensinasse o alfabeto na língua portuguesa, não na língua nativa, e na matemática ensinasse apenas as operações básicas para que os indígenas pudessem calcular suas despesas na cidade. Esta concepção de alfabetização tomou forma, foi aplicada e, possivelmente, ainda hoje é aplicada em vários grupos indígenas em todo o território brasileiro. A Organização Não Governamental, (CIMI) – Conselho Indigenista Missionário levava o projeto escola para as aldeias e fazia questão de alfabetizar os índios na língua nativa, justificando a necessária autonomia e acesso ao mundo das informações.
         Foi de um projeto alfabetizador, missionário nasceu, nas escolas indígenas, um ímpeto para se conhecer todas as formas que a sociedade usa para registrar os eventos do mundo. A chamada revolução tecnológica nas comunicações afetou a área de alfabetização, o alfabeto levou séculos para chegar às aldeias, já os aparelhos telefônicos levaram somente décadas.
         A escola indígena é uma realidade em processo. Apesar de adaptações essas escolas seguem uma estrutura curricular semelhante à escola normal. O que se observa é um embate cultural entre muitas culturas. As propostas curriculares têm vindo dos indígenas e cabe somente a eles definir as linhas de trabalho. Os professores indígenas têm um papel complexo e um trabalho monumental, pois cabe a eles desenhar o curriculum daqui pra frente.
         As informações que este texto transmitiu-me é que a história tem muito a revelar sobre esses nativos e que vale a pena buscar novos conhecimentos sobre a diversidade do nosso país.
         Apesar das diferenças, as trocas de experiências entre os povos e culturas devem ser preservadas e respeitadas. Assim como, as escolas indígenas mantêm contato com a sociedade ”civilizada”, também devem preservar seus costumes e crenças, pois, além de revelar novos conhecimentos, é importante não enterrar sua identidade.



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